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Música de Daniel Bernardes

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Rabiscuits- Mostra de arte exprimental Alcobaça



Em Setembro passado tive o prazer de participar pela segunda vez no Festival Rabiscuits em Alcobaça. É um festival em que vários tipos de artistas (pintores, escultores, músicos etc...) divulgam o seu trabalho. Apresentei uma peça minha para piano e electrónica " Hier ".



Conversas (Artigo de Manuel Leiria, Região de Leiria)



28-12-2007

Daniel Bernardes, músico

Que tal Radiohead versão jazz?



Ao piano (Daniel Bernardes) e vibraphone (Paulo Santos) estrearam há dias em Alcobaça o projecto que dá outra vida a sucessos como “No surprises” ou “Paranoid android”. É a música dos Radiohead revista em jazz.

Como surgiu a ideia de fazer versões jazz de músicas dos Radiohead?
Eu andava a estudar músicas do Brad Mehldau, que tem algumas versões dos Radiohead com o trio dele. E o Paulo gosta muito do som deles. Como é difícil tocar temas jazz com uma formação de duo em bares que não são de jazz, achámos que a maneira de tornar a actuação apelativa era pegar em sons dos Radiohead que toda a gente conhece e gosta, adaptar a melodia ao jazz e improvisar!

Como foi a estreia no bar Alcopázio, em Alcobaça?
Foi francamente boa. Perdemos algum tempo a pensar e a preparar a actuação, porque são músicas que todos conhecem e têm de ser mesmo bem tocadas [risos]. Além disso, a margem de improvisação é mais reduzida e não é fácil levar aqueles temas muito para o som característico do jazz. Tivemos de procurar a linguagem que se adaptasse melhor Transmitem o mesmo que a maior parte das bandas comerciais, mas de forma é muito complexa. O público gostou da estreia e para nós é uma grande adrenalina tocar aquelas músicas.

Quantas versões têm?
Sete ou oito: “Paranoid android”, “Exit music”, “Everything in its right place”, “Bullet proof”, “No surprises”, “Sit down, stand up”... Dá para um espectáculo. Tocámos uma suite minha e mais uma ou duas improvisações.

O que se segue? Pensam em gravar?
Gravar nem por isso, porque implica direitos de autor e é complicado. Este é sobretudo um projecto de estrada e estamos em conversações para tocar noutros sítios. Até somos capazes de chamar mais músicos para juntar à formação uma bateria e um baixo.

16-11-2007: Artigo de Manuel Leiria (Região de Leiria)














16-11-2007
Dois talentos, um piano, dois destinos


Em comum têm a paixão pelo piano, serem ambos da região e os últimos anos de formação na conceituada École Normale de Musique de Paris. Daniel Bernardes é de Alcobaça, João Ferreira de Leiria. A separá-los está a abordagem diferente ao piano: Daniel foge para o jazz, improvisação e música contemporânea; João prefere o rigor e perfeccionismo dos clássicos. Sexta-feira passada voltaram à cidade que os lançou. Em Leiria, o professor do Orfeão de Leiria, Luís Batalha, detectou-lhes o talento e os incentivou a outros voos. Em Leiria, João Ferreira deu um recital virtuoso no Teatro Miguel Franco; noite dentro, Daniel Bernardes vibrou e fez vibrar o Café-Teatro do Orfeão Velho.
Aos 21 anos, são duas das grandes esperanças do piano nacional. João começou tarde. Aos 11 anos, motivado por uma professora, experimentou piano no Orfeão. Gostou tanto que um par de anos depois colocou de lado a ideia de estudar informática. “O piano mudou completamente a minha vida”, recorda. Da Escola Domingos Sequeira “voava” para o Orfeão, mergulhando no piano. Um vício que fazia os colegas lembrar-lhe que tinha de jogar futebol e divertir-se. Mas o seu prazer estava nas teclas brancas e pretas. Até hoje. “Se não estudo oito horas por dia, sinto-me mal”.
Bem mais cedo, aos cinco anos, em Alcobaça, Daniel Bernardes, sentou-se pela primeira vez ao órgão. “Nem sabia ler”. Chorou para os pais o deixarem ir às aulas. Rapidamente o professor lhe recomendou que prosseguisse a outro nível. No Orfeão de Leiria encontrou Luís Batalha, fundamental no seu percurso. “Foi quem me ensinou a andar na música”.
Aos 13 anos já tocava jazz com os amigos e era como “jogar à bola com os amigos”. Logo aí se manifestava uma inclinação suportada, hoje, pelos clássicos, “um amor tardio” mas que frutificou pela insistência de Luís Batalha. “Convenceu-me a estudar e a ter as bases que tenho. Sem elas era como um atleta querer correr sem pernas”, explica Daniel, o primeiro a “emigrar” para França. “Foi essencial ir. É como estar a jogar na divisão de Honra e passar para a I Liga: um choque completo. Faz-nos crescer imenso enquanto artistas”, admite o pianista.
João Ferreira chegou um ano depois. “Ouvia dizer que havia grandes pianistas. Lá percebi que eram ainda mais do que imaginava”.

Comer ao piano. A mudança de ambos foi facilitada por outros dois leirienses, também ex-formandos de Luís Batalha. “É de facto um grande pedagogo. Não é coincidência estarem lá tantos alunos”, diz João Ferreira, lembrando o importante papel de Sara Marcelino e Humberto Ladeira, ainda a estudar em Paris, na integração.
Depois de dois anos a estudar na École Normale, o percurso dos dois talentos segue caminhos diferentes. “Continuar depende da evolução. Quando achar que já não estou lá a aprender muito mais, vou voltar para Portugal”, admite João Ferreira, que “respira” piano. “Já me chegou a acontecer estar tão obcecado que como enquanto estou ao piano. É um vício [risos]”.
Daniel Bernardes deixou este ano Paris para investir na sua grande tentação: o jazz. Em Setembro de 2008 vai concorrer a uma das oito vagas do curso de jazz no Conservatório de Bruxelas, na Bélgica. “Nunca tive formação em jazz, não sei onde me posso enquadrar a nível escolar. Vamos ver”.
O sonho é chegar ao nível de um Mário Laginha ou do seu “deus”, Keith Jarrett: “Parece que têm duas mãos direitas! Fazem o que for preciso ao piano! Músicos como Laginha, Jarrett ou Brad Mehldau transformaram o piano num instrumento de música erudita”. Mas Daniel tem outras tentações, como a composição ou a música contemporânea. “Não sei como vai ser o futuro. Há muita coisa que me interessa. Se calhar o futuro vai decidir-se por questões económicas ou práticas”.
João Ferreira tem outros ícones: Debussy é o seu compositor de eleição, enquanto ao piano admira, entre outros, Maria João Pires, Michelangeli, Pollini e Richter. Realista, sabe que será difícil fazer vida só dos concertos. “Seria bom sinal conseguir, mas há tantos bons pianistas no mundo... Ainda não desisti, nem penso ‘vou fechar-me ali, criar filhos e engordar’ [risos]”. Contudo, o mais provável será dividir-se entre actuações e aulas.
Sexta-feira, João e Daniel assistiram ao concerto um do outro. “Fiquei agradavelmente surpreendido com detalhes em algumas obras. Nota-se um domínio muito maior a nível de tempos. Tem o programa muito bem dominado física e emocionalmente”, anotou Daniel sobre a actuação no Miguel Franco. A admiração é mútua. João Ferreira também vibrou no Café-Teatro com o recital de Daniel: “Está cada vez melhor, mais maduro, com mais conhecimentos. E a improvisação que faz é tudo talento. É impressionante”.



Elogio a Luís Batalha

João Ferreira e Daniel Bernardes não esquecem o papel do professor Luís Batalha nas suas carreiras. “Foi um segundo pai para mim. É um agente de carreiras completamente desinteressado. Se não fosse ele, provavelmente tinha desistido”, assume Daniel, lembrando Luís Batalha não só como disciplinador mas também como entusiasta do seu talento junto dos pais. “Fez tudo por mim e pelos outros alunos dele que estão em França. Foi uma influência muito grande na minha vida”. Daniel Bernardes assume mesmo ter sido construído enquanto músico “mais por ele do que por mim próprio”. João Ferreira destaca do professor “a excelente pessoa, tanto a nível humano como profissional”.

Recortes de jornal...




Região de Leiria (2007, excertos):



09-11-2007


[...]Hoje mesmo, sexta-feira, o ACASO acolhe Daniel Bernardes, pianista de Alcobaça que dará um recital no Café-Teatro do Orfeão Velho. É às 23 horas, com entradas a 3 euros e muito virtuosismo.[...]


Pedro Oliveira, “O Nariz” - Teatro de Grupo

O Recreio dos Artistas está de volta

O projecto Recreio dos Artistas, d’“O Nariz” - Teatro de Grupo, regressa hoje com mais cultura para Leiria ver. Setembro arranca com robertos, mas há mais para descobrir no Orfeão Velho.

O que há para ver em Setembro?
Sexta [hoje, 22 horas], começamos com um espectáculo nosso, d’“Nariz”, de fantoches, “O Lorpa”. Depois, dia 14, Lara Portela inaugura a exposição “O armário”, acompanhada pelos Marvellous Tone, das Caldas da Rainha. Daniel Bernardes, um pianista que estuda em Paris, vem tocar dia 21, numa oportunidade quase única para o ouvir em Leiria. E o mês acaba dia 28 com um grupo de funk das Caldas a tocar no Recreio dos Artistas, os Dust James Bondage.

Região de Leiria (2003):

Directa pela paz

Foi praticamente uma “directa” pela paz. O Orfeão de Leiria juntou dezenas de alunos e professores na sexta-feira da semana passada numa jornada pela paz, fazendo soar os instrumentos e as vozes durante 24 horas. A actuação dos 40 elementos que fazem a Orquestra de Coros e a “Jam Session” do Quinteto Jazz foram dois dos momentos mais altos.
Daniel Bernardes, de 16 anos, presidente da Associação de Estudantes, explicou ao nosso jornal a razão de ser desta iniciativa, antes da prevista interpretação durante 8 horas: “acho que a música é um meio para exprimir os nossos sentimentos. E se nós nos opomos à Guerra no Iraque...”[...]

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Sobre Daniel Bernardes

Daniel Bernardes nasceu a 26 de junho de 1986, em Alcobaça-Portugal.
Começou a estudar piano aos 5 anos de idade com Paulo Barbosa. Aos 10 anos entra para o conservatório, estuda com o prof. Luís Batalha. Aos 14 anos estreia-se a tocar jazz com o Crazy Jazz 4tet com Ivan Silvestre, Joel Silva e Lícinio Carreira. Em 2002 toca no Festival de Jazz de Valado dos Frades num Projecto do saxofonista Mario Marques- Hybrid Jazz Machine. Em 2003 participa pela primeira vez nos Seminarios de Composição da Fundação Calouste Gulbenkian, orientados por Emmanuel Nunes. Em 2004 toca na Festa do Jazz no Teatro S. Luiz no combo orientado por Carlos Barretto, participa também nos Stockhausen-Kurse für Musik em Kürten. Neste mesmo ano muda-se para Paris prosseguindo os estudos de piano com o Prof. Marian Rybicki, na prestigiada Ecole Normale de Paris. Ainda em Paris, trabalhou em masterclasses do Prof. Jean Fassina, dedicando-se paralelamente á composição. Em 2005 ganha o 2º premio no Concurso Nacional de Piano de Marrocos. Nesse mesmo ano toca na Salle Cortot em Paris. Em 2007 volta para Portugal para se dedicar ao jazz e improvisação, estudando com Filipe Melo no Hot Club de Portugal. Funda o trio de jazz exprimental-KTB com Hugo Trindade e Davide Canhoto, assim como um duo, com o vibrafonista Paulo Santo, para tocar arranjos seus de temas de Radiohead, projecto este que o levaria a criar o seu próprio 5teto. Estreia o seu projecto de música improvisada para piano a solo no Café Teatro do Orfeão Velho em Leiria, concerto integrado na 12ª edição do Festival Acaso, que veio dar origem a uma série de concertos a solo neste mesmo espaço. Em 2008 participa no Festival Baía Azul com a Summer Jazz Orchestra de Mário Marques, ao lado de Michael Lauren, Sergio Carolino, Hugo Correia, Guto Lucena, entre outros. Participa pelo segundo ano consecutivo no Festival Acaso em Leiria, com um concerto a solo com música de Carlos Paredes, Zeca Afonso assim como composições suas e improvisações livres.
Actualmente frequenta a Licenciatura de Jazz da Escola Superior de Música de Lisboa onde trabalha com João Paulo Esteves da Silva, Pedro Moreira, João Moreira entre outros.
Frequentou workshops e master-classes, no ambito do Jazz com: Filipe Melo, Moreira Brothers, Carlos Barretto, Ricardo Pinheiro, Nuno Ferreira, Mario Laginha, Frederico Casagrande e Jeff Davis. No ambito da composiçao, Emmanuel Nunes e K. Stockhausen. Actualmente apresenta-se em concertos a solo, assim como nas mais diversas formações da música improvisada e do jazz.